quarta-feira, 27 de julho de 2011

Leia o 1ª capitulo de Sou o Numero Quatro Online

1ª Capitulo do Livro Sou o Numero Quatro,
                            
                         de Pittacus Lore


A PORTA COMEÇA A TREMER. É FRACA, FEITA DE BAMBUS PRESOS POR PEDAÇOS
 de corda desfiada. O tremor é sutil e para quase imediatamente. Eles levantam a cabeça para ouvir, um garoto de quatorze anos e um homem de cinquenta, que todos pensam ser pai dele, mas que nasceu perto de uma selva diferente em um planeta diferente a centenas de anos-luz dali. Os dois estão deitados sem camisa em lados opostos da cabana, cada catre coberto por um mosquiteiro. Ouvem um barulho distante, como se um animal quebrasse o galho de uma árvore - mas, nesse caso, era como se a árvore inteira estivesse sendo quebrada.
- O que foi isso? - pergunta o garoto.
- Shhh - o homem responde.
Eles ouvem o ruído de insetos, nada além. O homem começa a se levantar quando o tremor reinicia. Dessa vez é mais longo, mais firme, e há outro estrondo, mais próximo. O homem fica de pé e caminha lentamente até a porta. Silêncio. Ele respira fundo e estende a mão até o trinco. O garoto se senta.
- Não - o homem cochicha, e nesse instante a lâmina longa e brilhante de uma espada feita de um metal branco e luminoso, que não é encontrado na Terra, atravessa a porta e penetra profundamente em seu peito. Quinze centímetros de lâmina projetam-se de suas costas e a espada logo é puxada de volta. O homem grunhe. O menino perde o fôlego. O homem respira fundo e diz uma única palavra:
- Fuja.
Então cai sem vida no chão.
O garoto pula do catre e atravessa a parede dos fundos. Ele não se incomoda com a porta ou a janela: literalmente se arremessa contra a parede, que se rompe como se fosse de papel, embora seja de mogno-africano, sólido e resistente. Ele mergulha na noite do Congo, salta por cima das árvores e corre a cerca de noventa quilômetros por hora. Sua visão e sua audição vão além do limite humano. Ele se desvia de árvores, atravessa entre os cipós entrelaçados e cruza riachos com apenas um salto. Passadas pesadas soam atrás dele, mais perto a cada segundo. Os perseguidores também têm dons. E têm algo consigo. Algo de que ele só tinha ouvido falar, algo que ele nunca achou que veria na Terra.
O barulho está mais próximo. O garoto ouve um rugido grave e intenso. Ele sabe que aquilo que o persegue está ganhando velocidade. E vê uma clareira mais à frente, na selva. Quando a alcança, nota um barranco enorme, um precipício de noventa metros de largura e noventa de profundidade, com um rio no fundo, em cuja margem há pedregulhos enormes, que o arrebentariam se caísse ali. A única opção é saltar o precipício. Ele vai ter pouco espaço para correr e ganhar impulso, e uma única chance. Uma chance para salvar a própria vida. Até mesmo para ele, ou para qualquer um dos outros na Terra que são como ele, o salto é quase impossível. Recuar, descer a encosta ou tentar enfrentá-los seria morte certa. Ele tem uma tentativa.
Um rugido ensurdecedor soa atrás dele. Os perseguidores estão de seis a nove metros de distância. Ele recua cinco passos, corre... e, pouco antes da beirada do precipício, salta e atravessa a garganta voando. São três ou quatro segundos no ar. Ele grita, os braços estendidos para a frente, esperando pela segurança ou pelo fim. Chega ao chão e cai rolando, parando aos pés de uma árvore gigantesca. Ele sorri. Não acredita que conseguiu, que vai sobreviver. Para não ser visto pelos perseguidores, e ciente de que precisa se afastar ainda mais, o garoto se levanta. Deve continuar correndo.
Ele se vira para a selva. Ao fazer isso, sente a mão enorme se fechando em torno de seu pescoço. Ele é erguido do chão. Luta, se debate, esperneia, tenta se libertar, mas sabe que é inútil, que acabou. Deveria imaginar que eles estariam dos dois lados, que quando o localizassem não haveria chance de fuga. O mogadoriano o levanta para poder enxergar seu peito, para ver o amuleto que pende do pescoço, o amuleto que só ele e os da mesma espécie podem usar. Ele o arranca e guarda em algum lugar sob o longo manto negro, e, quando sua mão emerge, já empunha a cintilante espada de metal branco. O garoto olha fi xamente nos olhos profundos, grandes, negros e frios do mogadoriano e diz:
- Os Legados vivem. Eles vão se encontrar e, quando estiverem prontos, vão destruir vocês.
O mogadoriano ri, uma gargalhada debochada, cruel. Ele levanta a espada, única arma no universo capaz de quebrar o encantamento que até então protegia o garoto e que ainda protege os outros. A lâmina se acende numa chama prateada ao ser apontada para o céu, como se ganhasse vida, pressentisse sua missão e se alegrasse com a expectativa. E quando desce, formando um arco de luz que cruza a escuridão da selva, o menino ainda acredita que alguma parte sua vai sobreviver e voltar para casa. Ele fecha os olhos pouco antes de ser atingido pela espada. E então é o fi m.
CAPÍTULO UM
NO COMEÇO ÉRAMOS NOVE. PARTIMOS AINDA PEQUENOS, QUASE JOVENS DEMAIS para lembrar.
Quase.
Dizem-me que o chão tremeu, que os céus se encheram de luz e explosões. Vivíamos aquelas duas semanas no ano em que as duas luas pairam em lados opostos do horizonte. Era um tempo de celebração, e no início as explosões foram confundidas com fogos de artifício. Mas não eram. Fazia calor, e uma brisa suave soprava da água. Sempre me falam sobre o clima: fazia calor. Havia uma brisa suave. Nunca entendi por que isso importava.
O que lembro com mais clareza é como minha avó estava naquele dia. Agitada, triste. Havia lágrimas em seus olhos. Meu avô se mantinha bem atrás do ombro dela. Lembro como os óculos dele refletiam a claridade do céu. Havia abraços. E palavras ditas por eles. Não lembro quais foram. E nada me atormenta mais do que isso.
Levei um ano para chegar aqui. Eu tinha cinco anos quando chegamos. A ideia era nos assimilarmos à cultura local antes de retornar a Lorien, quando fosse novamente possível haver vida por lá. Tivemos de nos separar e seguir caminhos distintos. Por quanto tempo, ninguém sabia. Ainda não sabemos. Nenhum deles sabe onde estou, e eu não sei onde eles estão ou que aparência têm agora. É assim que nos protegemos, com o encantamento lançado quando partimos, um feitiço que garante que só podemos ser mortos na ordem de nossos números, desde que nos mantenhamos separados. Se nos juntarmos, o encantamento se desfaz.
Quando um de nós é encontrado e morto, uma cicatriz circular contorna o tornozelo direito daqueles que ainda sobrevivem. E no tornozelo esquerdo temos uma cicatriz idêntica ao amuleto que usamos, um desenho que se formou quando fomos protegidos pelo encantamento lórico. As cicatrizes circulares são outra parte do feitiço. Um sistema de alerta para sabermos onde estamos em relação uns aos outros e quando seremos o próximo na lista dos perseguidores. A primeira cicatriz surgiu quando eu tinha nove anos. Eu dormia, e acordei com a sensação do desenho queimando a pele. Morávamos no Arizona, em uma pequena cidade na fronteira com o México. Acordei gritando no meio da noite, em agonia, aterrorizado ao ver a cicatriz se desenhando. Foi o primeiro sinal de que os mogadorianos fi nalmente nos haviam encontrado na Terra, o primeiro sinal de que corríamos perigo. Até a cicatriz aparecer, eu quase me convencera de que minhas lembranças não eram realidade, de que o que Henri me dissera estava errado. Queria ser uma criança normal levando uma vida normal, mas então eu soube, sem margem para dúvidas ou discussão, que eu não era. Nós nos mudamos para Minnesota no dia seguinte.
A segunda cicatriz apareceu quando eu tinha doze anos. Estava na escola, no Colorado, participando de um concurso de soletração. Assim que a dor começou, eu soube o que estava acontecendo e o que havia acontecido com o Número Dois. A dor era lancinante, mas dessa vez suportável. Eu teria continuado no palco, mas o calor incendiou minha meia. O professor que conduzia a disputa me socorreu com um extintor de incêndio e me levou para o hospital. O médico no pronto-socorro encontrou a primeira cicatriz e chamou a polícia. Quando Henri chegou, os policiais ameaçaram prendê-lo por maus-tratos. Mas, como ele não estava nem perto de mim quando a segunda cicatriz apareceu, acabou sendo liberado. Entramos no carro e partimos, dessa vez para o Maine. Abandonamos tudo o que tínhamos, exceto a Arca Lórica que Henri leva conosco em todas as mudanças. Até agora, vinte e uma.
A terceira cicatriz surgiu há uma hora. Eu estava sentado em um barco. Os donos são os pais do garoto mais popular da escola, que dava uma festa sem que eles soubessem. Eu nunca havia sido convidado para festa alguma nessa escola. Como sabia que podíamos partir a qualquer momento, eu preferia fi car na minha. Mas tudo esteve calmo nos últimos dois anos. Henri não via nos jornais nada que pudesse levar os mogadorianos até um de nós ou que nos alertasse da presença deles. Então, fi z alguns amigos. E um deles me apresentou ao garoto que dava a festa. Todo mundo se encontrou no píer. Havia três coolers, música e garotas que eu admirava de longe, mas com quem nunca havia falado, embora quisesse. Zarpamos e seguimos uns oitocentos metros Golfo do México adentro. Eu estava sentado na beirada do barco com os pés na água, conversando com uma menina bonita, morena e de olhos azuis, chamada Tara. Foi quando senti que estava acontecendo. A água começou a ferver em volta da minha perna, que brilhava onde a cicatriz estava se formando. O terceiro símbolo de Lorien, o terceiro aviso. Tara começou a gritar e as pessoas se aglomeraram ao redor. Eu sabia que não tinha jeito de explicar aquilo. E sabia que precisávamos partir imediatamente.
Agora o risco era maior. Eles haviam encontrado o Número Três, e, onde quer que estivesse, ele ou ela já estava morto. Eu acalmei Tara, beijei seu rosto, disse que tinha sido legal conhecê-la e que esperava que ela tivesse uma vida longa e feliz. Depois, mergulhei do barco e comecei a nadar, sempre submerso, exceto por uma ida à tona para respirar mais ou menos na metade do caminho, na maior velocidade possível até chegar à praia. Corri pela trilha paralela à estrada, sempre entre as árvores, na mesma velocidade dos carros. Quando cheguei em casa, Henri estava à frente dos escâneres e monitores que usava para pesquisar as notícias do mundo todo e a atividade policial em nossa região. Ele soube sem que eu dissesse uma única palavra, mas levantou minha calça ensopada para ver as cicatrizes.
No início éramos um grupo de nove.
Três se foram, morreram.
Agora restam seis.
Eles estão nos caçando e não vão parar enquanto não matarem todos.
Eu sou o Número Quatro.
Sei que sou o próximo.


Baixar Livro traduzido completo


http://www.4shared.com/document/41KlD15m/Vol1_-_Eu_sou_o_nmero_4.html?

Um comentário:

  1. eu amei o filme , e estou loca pra ler o livro . fikei muito animada quando li seu blog . falando sobre o livro e tal .
    o tragico é que meu noot ñ ta baixando nada kk cheio de coisas , por isso optei por comprar o livro .
    bom eu amei seu blog e ja virei uma seguidora de carteirinha , espero que vc continue postando livros de fantasia e romance são os meus favoritos ,
    se tiver alguns pra min sugerir fikarei feliz . um grande beijo ;) jack

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